sexta-feira, 28 de novembro de 2008

O porquê do nome (ou “tornando o monstro mais sociável”) e uma não-dedicatória

Em uma aula de 1997 – transcrita e publicada em seu site –, Olavo de Carvalho fala sobre o "romance de formação" (Bildungsroman), louvável espécie literária cujo protótipo seria Os Anos de Aprendizagem de Wilhelm Meister (1796), de Goethe. Eis o trecho:

“gênero tipicamente alemão [o romance de formação, por supuesto], que tem como conclusão a formação da personalidade humana, onde o indivíduo, através de seus erros, se transforma num homem de verdade. Um exemplo é Os Anos de Aprendizagem de Wilhelm Meister; Herman Hesse também fez isso em O Lobo da Estepe e em Demian. São romances cuja única conclusão é o crescimento humano em direção à maturidade. Mas esse crescimento é sempre uma diminuição, é sempre o indivíduo voltando à terra, depois de haver sonhado alguma maluquice e viajado por um céu de mentira. É uma apologia caracteristicamente germânica do ‘pão-pão, queijo-queijo’ como valor supremo da existência. A idéia, portanto, é de que o sentido da existência está colocado na própria existência: ela tem sentido em si mesma, e não num outro mundo colocado acima deste (...).” (negrito meu)

O autor deste blog dificilmente se tornará um “homem de verdade”, tampouco “tipicamente alemão”. Talvez nem sequer um indivíduo. Mas ele promete tentar, e o blog vai junto. Aqui escreverei sobre o que (me) interesse: literatura, cinema etc. e tal. (Nada de “meu querido diário”.) Também pretendo publicar textos de colaboradores. Willkommen!

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O VOLTANDO À TERRA teve um versão anterior, mantida em parceria com Rafhael Barbosa, amicíssimo - superlativo à la José Dias (vide Dom Casmurro). É ao Rafhael que eu dedicaria este blog – se fosse dedicá-lo a alguém. Mas o pouparei dessa contra-homenagem.

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Pronto. Agora foi.

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