domingo, 30 de novembro de 2008

O homem comum

Lembrei-me também da difinição de "homem comum" dada por Ludwig von Mises, o economista autríaco. Achei-a em uma nota de rodapé ao livro "Como vencer um debate sem precisar ter razão", de Schopenhauer. A nota é de Olavo de Carvalho, que é também o tradutor (editora Topbooks). Vamos à nota (palavras de Olavo em itálico, Mises em negrito):

Uma boa definição de “homem comum” está em Ludwig von Mises, "A Ação Humana. Um Tratado de Economia", trad. Donal Stewart Jr., Rio, Instituto Liberal, 2ª ed., 1995, p. 49:

“O homem comum não especula sobre os grandes problemas. Ampara-se na autoridade de outras pessoas, comporta-se ‘como um sujeito decente deve comportar-se’, como um cordeiro no rebanho. É precisamente esta inércia intelectual que caracteriza um homem como um homem comum. Entretanto, apesar disso, o homem comum efetivamente escolhe. Prefere adotar padrões tradicionais ou padrões adotados por outras pessoas porque está convencido de que esse procedimento é o mais adequado para atingir o seu próprio bem-estar. E está apto a mudar sua ideologia e, consequentemente, o seu modo de ação, sempre que estiver convencido de que a mudança servirá melhor a seus interesses.”

Essa definição destaca dois traços: a passividade intelectual e a sujeição das idéias à comodidade pessoal ou à busca do conforto psicológico. Quando se dá ao jovem a ilusão de que ao aderir às modas e crenças de sua geração ele está se libertando e se individualizando, em vez de adverti-lo de que o faz por inércia e por busca de segurança psicológica, o resultado que se obtém é incutir nele o mais perverso dos conformismos. O homem não se liberta do “espírito de rebanho”, de que falava Nietzsche, simplesmente por passar de um rebanho mais velho a um mais novo.

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